segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Projeto ‘Fada do dente’ busca entender autismo a partir de dentes de leite

O projeto A Fada do Dente, desenvolvido pela bióloga Patrícia Beltrão Braga e sua equipe, em parceria com o professor Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, arrecada dentes de leite de crianças com autismo. Com as células da polpa do dente, a pesquisadora realiza uma reprogramação celular, transformando-as em células-tronco que são diferenciadas em neurônios. Esse processo permitiu identificar diferenças biológicas nos neurônios com autismo, estudar seu funcionamento e até mesmo testar drogas. O projeto tem como sede a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP e recebe dentes de crianças de todo Brasil.

A pesquisadora passou o ano de 2008 em contato com Muotri aprendendo a técnica de reprogramação celular desenvolvida pelo médico japonês Shinya Yamanaka, vencedor do prêmio Nobel de medicina de 2012. Yamanaka conseguiu desenvolver um método para reprogramar uma célula já adulta (no caso células da pele), transformando-a em uma célula-tronco semelhante às embrionárias, ou seja, as células maduras são rejuvenecidas até a fase correspondente a 6 ou 7 dias após a fecundação do óvulo com o espermatozoide.

O projeto A Fada do Dente teve início em 2009, após as tentativas de aplicação do método terem sido bem-sucedidas aqui no Brasil. Patrícia escolheu as células da polpa do dente por ter familiaridade no trabalho com elas e pela facilidade de obtenção. Outros procedimentos para recolhimento de neurônios — como métodos de receptação após o óbito, por células sanguíneas ou até mesmo estudos com modelos animais — não garantem neurônios funcionais ou com a carga genética de um paciente, mas o método da reprogramação permite.

O estudo das características dos neurônios permitiu identificar diferenças morfológicas nessas células das crianças autistas quando comparadas com as mesmas células de uma criança não autista. “Esses estudos permitem que se entenda mais sobre a biologia da doença”, explica Patrícia.

Como os neurônios estão em placas é possível também fazer experimentação com fármacos em busca de alterações nessas diferenças morfológicas, visando uma recuperação. Os testes ainda estão no início, mas já constituem um avanço em comparação com o que se descobriu nos últimos 20 anos.
Reprogramação

As células embrionárias ou pluripotentes, são células-tronco que podem se transformar em qualquer outro tipo, inclusive em neurônios funcionais. No projeto, as células da polpa do dente são separadas e nessa cultura são aplicados vírus recombinantes contendo genes exógenos expressos nas células embrionárias. A partir da ação deles, as células são reprogramadas tornando-se células pluripotentes induzidas, ou seja, são células impelidas a se comportarem como células pluripotentes e posteriormente elas são diferenciadas e transformadas em neurônios para que esses sejam estudados comparativamente. O processo pode ser melhor entendido na figura abaixo:
Processo de reprogramação da célula e diferenciação em neurônios

“A gente brinca que as células são colocadas no túnel do tempo: a célula da polpa do dente é a mais velha e a célula pluripotente induzida é uma célula mais jovem”, simplifica Graciela Pignatari, pesquisadora da equipe que compõe o projeto.

Aqui no Brasil, usando as células de polpa de dente e os vírus produzidos, a pesquisadora conseguiu obter as células pluripotentes induzidas. “Fizemos uma série de testes para ver se elas haviam de fato sido reprogramadas e então comecei o projeto A Fada do Dente”, explica Patrícia.
Como participar do projeto?

Os pais, cujos filhos são diagnosticados com autismo, devem entrar em contato com os pesquisadores do projeto por meio do email projetoafadadodente@yahoo.com.br. Os pais cadastrados recebem um kit para colher o dente quando ele cair ou for retirado. O kit visa manter as células do dente vivas para que cheguem em condições viáveis para estudo no laboratório: ele contém um frasco com um líquido para preservar as células e gelo reciclável para manter o dente gelado. O dente não pode ser congelado nunca.

Caso o dente caia e o kit não esteja por perto, a indicação é colocar dentro de um copo com água filtrada e deixá-lo na geladeira, para que a polpa não seque e as células não morram. O dente precisa ser colhido com rapidez para que as células sejam viáveis.

sábado, 25 de abril de 2015

Como Conversar com uma Criança Autista

3 Métodos:Comunicando-se de maneira eficaz com uma criança autista
Auxiliando em outras áreas da vida do seu filho
Compreendendo o quão diferentes são as crianças autistas

Crianças com autismo são únicas e interpretam o mundo de forma diferente, em comparação a outras crianças. Em termos de habilidades sociais e comunicativas, elas mostram diferenças altamente visíveis. Crianças com autismo parecem se valer de uma linguagem própria, implementando um sistema que funciona para elas. Se seu filho foi diagnosticado com autismo, é importante que você aprenda sua linguagem, a fim de se comunicar adequadamente com ele.

Método 1: Comunicando-se de maneira eficaz com uma criança autista

Converse sobre os interesses dela. É muito mais fácil conversar com uma criança autista, uma vez que você descubra algum interesse dela. Ela pode acabar se abrindo com você, se estiver confortável em falar sobre o assunto em pauta. Saber “falar a língua” da criança é essencial para conseguir uma boa comunicação.
Caso seu filho goste de carros, você pode usar este assunto para fazê-lo se abrir e conversar.

Encurte suas sentenças. Uma criança autista conseguirá processar melhor as informações em uma conversa, caso você use frases curtas. Perceba que a própria criança se comunica através de frases curtas, e você deve imitar isso. Além disso, tente se comunicar por escrito.
Você pode escrever, "vamos comer agora". A criança poderá responder por escrito ou verbalmente, que é maneira mais eficaz, por causa do contato visual.

A comunicação através da escrita pode ser uma ótima ferramenta.

Desenhe. Estímulos visuais podem ser altamente benéficos para crianças com autismo. Tente desenhar diagramas, instruções ou imagens simples, a fim de ajudar a comunicar suas ideias. Estímulos visuais podem ajudar a criança a compreender de maneira mais clara o que você está tentando expressar verbalmente; muitas crianças autistas respondem de maneira mais efetiva a comunicação visual.
Tente usar recursos visuais para criar um cronograma para seu filho.

Desenhe as atividades diárias da criança; o café da manhã, a ida para a escola, a volta para casa, a criança jogando, dormindo, etc.
Isso permite que seu filho verifique suas atividades diárias, adicionando alguma estrutura ao dia dele,
Você pode usar bonecos de palitinho para explicar as atividades, mas certifique-se de adicionar um traço marcante a cada personagem.

Por exemplo, se você for ruiva, pinte o cabelo de sua personagem de vermelho, para a criança conseguir associá-la a você


Permita que a criança tenha mais tempo para processar informações. Você pode precisar usar pausas com mais frequência, ao conversar com ela. Seja paciente, e certifique-se de não apressá-la, permitindo que ela leve o tempo necessário para processar e responder.
Caso seu filho não responda a uma pergunta, não faça outra logo depois. Isso pode deixá-lo ainda mais confuso.


Sela linguisticamente consistente. Crianças com autismo podem não conseguir processar certas variações de palavras; certifique-se de falar de maneira consistente, a fim de não confundir a criança.
Consistência é crucial para estas crianças.
Por exemplo, durante um jantar, você teria uma dúzia de maneiras diferentes de pedi-lo para passar as ervilhas. Ao se comunicar com crianças autistas, é melhor se ater a frases coerentes e uniformes.

Seja sensível, e não leve o silêncio da criança para o lado pessoal. Seu filho pode passar longos períodos sem conversar com você; faça o seu melhor para compreender isso. Aborde a criança de maneira sensível e continue tentando, ainda que isso resulte em várias interações difíceis. Ser persistente e sensível é a única maneira de incentivá-lo a confiar em você.
Você nunca poderá saber exatamente o motivo do silêncio do seu filho. O timing das conversas pode não estar muito adequado, o ambiente pode não estar favorecendo, ou a criança pode estar imaginando algo totalmente fora de contexto.

Se outras pessoas tentarem conversar com seu filho, podem pensar que ele é anti-social ou que não gosta delas. Raramente isso é verdade. De qualquer forma, certifique-se de as outras pessoas estejam cientes da situação do seu filho.

Inicie as conversas com uma declaração. Quando você pergunta “como vai você?” a alguém, geralmente espera uma resposta simples e rápida. No caso de crianças autistas, isso pode ser bem diferente, visto que elas podem se sentir intimidadas ou oprimidas por perguntas. É sempre melhor começar com uma declaração, para que ele se sinta incentivado a interagir.
Elogiar o brinquedo de uma criança pode ser uma ótima maneira de iniciar uma conversa.

Basta fazer um comentário e esperar para ver se ela responde.

Mais uma vez, fale sobre temas interessantes para a criança.



Não o exclua. Haverá momentos em que a criança desejará se envolver, e terá dificuldades. Esteja consciente da presença dela, e a inclua da melhor maneira possível. Mesmo que não haja resposta, é importante se esforçar. Isso pode significar muito para a criança.


Converse com seu filho nos momentos certos. Escolha um momento no qual a criança esteja mais tranquila, e interaja com ela. Se a criança estiver mais calma, será mais receptiva ao que você tem a dizer. Além disso, escolha locais onde não estejam acontecendo muitas coisas ao mesmo tempo; estímulos excessivos podem deixar seu filho desconfortável.


Fale de maneira literal. Crianças autistas podem se atrapalhar com linguagem figurada. Para elas, é difícil compreender expressões idiomáticas, sarcasmo e certos tipos de humor. Certifique-se de ser literal e específica, a fim de tornar a compreensão mais fácil.

Método 2: Auxiliando em outras áreas da vida do seu filho

Fique por dentro do plano de tratamento do seu filho. Interaja o máximo possível com o médico do seu filho, e certifique-se de inclui-lo nas conversas, quando for apropriado. É muito importante se lembrar de que a criança processa informações de forma diferente; você não deve esperar que ela se comunique como os outros. Não permita que isso se torne um motivo para isolar seu filho; em vez disso, incentive-o a se envolver.


Ensine outras formas de interação social positiva a seu filho. Incentivar o contato visual é sempre bom, pois este é um terreno complicado para uma criança autista. Por mais que fazer isso demande sensibilidade e paciência, é sempre muito válido.


Se possível, ensine estas dicas para os professores e a babá de seu filho.Garantir que os outros adultos em contato direto com seu filho compreendam a situação dele, é uma ótima maneira de promover o desenvolvimento da criança. Envolva-se na vida escolar do seu filho; é muito importante manter a consistência nas práticas de comunicação.

Método 3: Compreendendo o quão diferentes são as crianças autistas

Reconheça que a visão de mundo de uma criança autista é diferente.Crianças com autismo simplesmente não interpretam o mundo como outras crianças. Pode ser difícil interagir com elas, quando precisam se esforçar para interpretar algo. No entanto, certos estímulos podem ser melhor compreendidos do que outros.
Por exemplo, algumas crianças conseguem compreender a comunicação escrita bem melhor do que a falada.


Não leve o desinteresse da criança para o lado pessoal. Se os sintomas do autismo forem graves em seu filho, ele simplesmente pode não se interessar no que você está dizendo. Crianças autistas tendem a terem interesses muito estritos; elas pode não responder, caso o assunto se desvie do interesse delas.


Entenda que uma criança com autismo pode não compreender sinais sociais. Ela pode nem saber que você está tentando conversar com ela; a gravidade deste sintoma é proporcional a gravidade do autismo da criança.


Leve em conta que crianças autistas podem não saber como participar de algo. Frequentemente, a criança pode querer participar de uma atividade, mas pode não possuir as habilidades sociais necessárias. Seu filho pode precisar de ajuda nestas ocasiões.
Crianças autistas são sociais à sua maneira, você deve encontrar uma forma de incluí-la eficazmente.


Antecipe dificuldades com habilidades verbais. Se o autismo da criança for grave, é possível que ela seja extremamente limitada verbalmente. Isso não significa que ela não consiga compreender; na verdade, seu filho pode ser excelente em aprender coisas. É tudo uma questão de aprender a falar a língua deles. Durante esse processo, você precisa se lembrar de que ela possui necessidades únicas, e não tratá-las com desdém.

Como Lidar com Crises Nervosas em Crianças com Autismo e Asperger

Métodos:1-Acalmando a criança durante a crise 2-Evitando crises nervosas 3-Entendendo as causas das crises
As crises nervosas são comuns em crianças com autismo e síndrome de Asperger. Elas ocorrem quando elas ficam estressadas, chateadas ou hiperestimuladas. Os ataques podem ser perigosos para a criança e assustadores para os pais, por isso é importante desenvolver uma forma eficaz de lidar com eles e minimizar a sua ocorrência.
Método 1: Acalmando a criança durante a crise

Aja de forma calma e reconfortante. Durante uma crise a criança geralmente fica confusa, agitada, frustrada, perturbada ou com medo - ou seja, enfrenta todos os tipos de emoções negativas.
Portanto, falar alto, gritar ou bater nela não ajuda nada nessa situação e é muito mais provável que piore as coisas.
O que a criança precisa durante a crise é saber que tudo vai ficar bem, que ela está segura e que não há motivo para ficar em pânico. Tente ser o mais paciente possível.


Abrace. Na maioria dos casos a raiva da criança é expressada de forma física, por isso é importante contê-la. Ela pode estar com tanta raiva que perde completamente o auto-controle. Abraçar a criança vai ajudar a acalmá-la e limitar os seus movimentos para que não possa se machucar.
É um fato conhecido que abraçar libera a ansiedade no corpo. A criança pode tentar afastá-lo e tentar se libertar no início, mas depois de algum tempo vai derreter em seus braços e se acalmar.
Muita gente acha difícil fazer isso com crianças mais velhas e mais fortes. Nesse caso é útil ter uma pessoa maior por perto (como o pai).


Coloque a criança de castigo. Haverá vezes em que palavras tranquilizadoras e abraços amorosos não serão suficientes para parar o colapso. Nessas situações, não hesite em ser severo e firme com a criança.
A primeira coisa a fazer é tirar a criança do ambiente em questão, deixando-a de castigo em outro cômodo. Esse isolamento, por vezes, pode ajudá-la a se acalmar.
A duração do castigo pode começar a partir de um minuto, dependendo da idade da criança.


Aprenda a identificar a diferença entre crises nervosas reais e falsas. Às vezes a criança vai fingir um colapso para conseguir o que quer. É melhor ignorar nesse caso, porque ela vai se acostumar a usar essa tática para manipular. O ônus recai sobre você, como pai, que precisa saber quando a crise é verdadeira.


Esteja preparado para futuras crises. As crises nervosas fazem parte da vida com uma criança autista. Portanto, é importante estar sempre preparado por futuros ataques.
Mantenha objetos perigosos longe de lugares que são acessíveis para as crianças, pois elas podem tentar machucar a si mesmas ou outras pessoas ao seu redor.
Tenha alguém forte por perto caso seja necessário conter a criança.
Verifique se o telefone está perto de você e funcionando caso seja necessário chamar alguém para ajudar.
Mantenha todos os gatilhos que podem induzir um colapso longe da criança.


Chame a polícia, se necessário. Pode haver raras ocasiões em que a situação fica completamente fora de controle e você pode sentir que não consegue lidar com isso sozinho. Nesse caso é preciso chamar a polícia para pedir ajuda.
Chamar a polícia geralmente faz a criança se acalmar, pois ela fica com medo.
Quando os policiais chegarem, ela já extravasou praticamente toda a sua raiva e está se esforçando para parar, mas não consegue porque perdeu o controle sobre si mesma.

Método 2: Evitando crises nervosas

Mantenha a criança entretida. É muito mais fácil para uma criança autista entrar em modo de crise quando está entediada. Portanto, você deve ficar atento a qualquer sinal de irritação; a frustração pode indicar um colapso iminente.
Assim que você perceber que a criança pode estar precisando de uma mudança, troque para outra atividade para dar um descanso do que está causando o tédio.
Tente envolvê-la em uma atividade física que ajude a gastar energia, como caminhada, jardinagem ou qualquer coisa que refresque a mente.


Tire a criança da situação estressante. Se você se sentir que certas situações, condições ou ambientes estão agindo como gatilhos para os colapsos, tente tirar a criança dali o mais rápido possível.
Por exemplo, se você notar que seu filho está ficando cada vez mais agitado em uma sala barulhenta cheia de gente, tente retirá-lo da situação antes que seja tarde demais.
Tente levar a criança para fora ou para uma sala silenciosa, onde ela possa ter um momento para se acalmar.


Faça uma gravação em vídeo da crise e mostre para ela depois. Faça um vídeo do colapso e mostre para a criança mais tarde quando ela estiver com um humor melhor, depois que a crise e seus sintomas passarem. Isso dá a ela uma visão mais objetiva da crise e é uma oportunidade para analisar seu próprio comportamento. Uma imagem vale mais do que mil palavras.


Explique a diferença entre comportamentos bons e maus. Quando a criança tiver idade suficiente para entender, sente com ela e tente explicar a diferença entre comportamentos bons e maus e entre aceitáveis ​​e não aceitáveis. Fale também sobre as consequências de seu comportamento, como deixar a mamãe e o papai com medo ou tristes.


Use reforço positivo. Quando a criança apresentar sinais de que está controlando a crise, ou pelo menos tentando, ofereça elogios sinceros por seus esforços. Realce o comportamento positivo e aponte suas vantagens e benefícios. Diga como ficou orgulhoso pelo seu bom comportamento. Tente colocar mais ênfase em destacar bons comportamentos do que punir os maus.


Use um quadro de estrelas. Faça um quadro de estrelas para pendurar na cozinha ou no quarto da criança. Use estrelas verdes para cada bom comportamento ou azuis para cada tentativa de controlar uma crise (mesmo se ela falhar). Use uma estrela vermelha para cada birra ou colapso descontrolados. Incentive a criança a transfomar as estrelas vermelhas em azuis e as azuis em verdes.

Método 3: Entendendo as causas das crises

Cuidado com ambientes muito estimulantes. Uma criança com autismo ou Asperger está pouco equipada para lidar com ambientes e atividades intensivos e excessivamente estimulantes.
Excesso de atividade ou muito barulho no ambiente podem sobrecarregar a criança.
Ela então tem dificuldade para lidar com o excesso de estímulos, o que provoca um colapso.


Esteja ciente de problemas de comunicação. As crianças autistas são pouco aptas para comunicar sentimentos, ansiedade, estresse, frustração e confusão devido à sua dificuldade de se comunicar de forma adequada e significativa.
A dificuldade de comunicação também as impede de construir amizades e relacionamentos, o que pode estressar ainda mais a criança.
Ela não encontra outra maneira de expressar suas emoções e sentimentos e busca refúgio nas crises.


Não sobrecarregue a criança com informação. As crianças com autismo ou Asperger normalmente têm problemas com o processamento de informações. Eles não podem lidar com muita informação vindo em sua direção em um espaço curto de tempo.
A informação precisa ser passada para elas lentamente, de preferência em passos simples e únicos.
Quando uma criança autista recebe muita informação muito rápido fica em pânico e isso pode levar a um colapso.


Evite se afastar muito da rotina normal da criança. Ela espera consistência e rotina em todos os aspectos de sua vida e tem expectativas para tudo. Essa rigidez lhes dá uma sensação de segurança e faz com que se sintam seguras.
Mas quando há uma mudança na rotina elas acham tudo imprevisível e isso pode perturbar a tranquilidade da criança. Ela pode se sentir frustrada, entrar em pânico e isso pode resultar em uma crise nervosa.
A necessidade de consistência e previsibilidade cria um forte desejo de ter controle sobre tudo e qualquer coisa. Mas, quando as coisas não se apresentam da forma como ela espera, pode ser avassalador.


Tenha cuidado ao intervir desnecessariamente. Às vezes, certos tipos ou quantidades de envolvimento que a criança não espera ou aprecia podem causar um colapso. Isso pode ser especialmente verdadeiro quando se trata da comida. Elas esperam que as pessoas ao seu redor respeitem a sua necessidade de ser independente e fazer as coisas por conta própria.
Por exemplo: a criança pode querer passar manteiga no pão sozinha. Mas se alguém intervem e faz esse trabalho para ela, a criança pode ficar muito perturbada.
Por fora pode parecer uma questão trivial, mas possui um enorme significado para ela. Pode começar como uma birra e levar a um colapso nervoso. Portanto, seria melhor deixar a criança fazer o trabalho sozinha e apenas perguntar se ela precisa de ajuda.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Justiça manda escola contratar professor para aluna autista


Independentemente de ser particular ou não, é obrigação de qualquer instituição oferecer todas as condições necessárias ao atendimento de crianças portadoras de necessidades especiais, afirma desembargador Ronei Danielli, de Santa Catarina
Atualizada em 9/03, às 16h04
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
A Justiça de Santa Catarina determinou que a Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, contrate, sem aumentar a mensalidade, um professor auxiliar para acompanhar uma estudante autista de 7 anos em sala de aula. A escola recusou o custeio da contratação, impondo o acréscimo de R$ 885,27 no boleto de pagamento da instituição.
O colégio alegou, no processo, não haver comprovação de que o desenvolvimento da menina esteja condicionado ao auxílio do professor adicional. Segundo a instituição, não cabe à iniciativa privada a inclusão de portadores de deficiência sem condições de integração ao sistema regular de ensino. Portanto, a contratação de professor auxiliar obrigatoriamente traria reflexos no reajuste da mensalidade.
“Independentemente de ser particular ou não, é obrigação de qualquer escola oferecer todas as condições necessárias ao atendimento de crianças portadoras de necessidades especiais, devendo, para tanto, dispor de meios adequados e pessoal capacitado para tal finalidade”, afirmou o desembargador Ronei Danielli, em sentença.
Foto: Jorge Dan Lopez/Reuters.
Foto: Jorge Dan Lopez/Reuters.
O valor de tal atendimento, explica o magistrado, deverá integrar a planilha de custos da instituição de ensino, localizada no Planalto Serrano, não cabendo o repasse de despesas decorrentes da educação especial à família do estudante, ou mesmo a inserção de cláusula contratual que exima a instituição, em qualquer nível de ensino, dessa obrigação.
“À primeira vista, os argumentos da entidade pela improcedência do pleito mandamental podem parecer sedutores, sobretudo se considerada a ausência de disposição legal expressa e específica quanto ao dever das instituições particulares de contratar professor auxiliar em sala de aula para fins de integração de pessoa portadora de necessidades especiais à rede regular de ensino. Privilegiar-se-iam, assim, a liberdade de atuação da iniciativa privada e a autonomia atinente aos vínculos negociais”, disse o desembargador.
No processo, a mãe da aluna contou que os problemas comportamentais vieram à tona no primeiro ano escolar, quando a criança tinha 2 anos e 2 meses. Na época, ela foi encaminhada pela escola que estudava na época para atendimento com fonoaudióloga e psicóloga vinculados à Prefeitura. Os atendimentos não foram suficientes. O diagnóstico preciso foi feito em outubro de 2013, após acompanhamento neurológico.

19 de Abril- Praça da Liberdade

Uma manhã de conscientização sobre o Autismo.